a cidade entrou pelo vidro
com estardalhaço mas calada:
dois, três mortos na calçada
-- a lona por cima dos defuntos –
ou execução ou assalto.
passo pela cena
e rompe-se algo aqui dentro
seja a quotidiana indiferença
seja a possibilidade constante da morte.
o dia é de sol e o passeio está cômodo
as ruas são conhecidas
os bares a livraria as bancas de jornal
e por isso a desintegração silenciosa
dessa realidade (que segue presente)
me dói muito
embora não doa
ou doa menos que tirar
a casca de ferida do tombo
de ontem...
[30out06]
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