quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Três Poemas [de Amor] Soltos

tenho essa tara absoluta/por teu roteiro de humores/pela tua fiel envergadura/essa premura, essa premura/por teus trejeitos de mucama/quando rainha és dos bastidores/tenho taras absurdas/meu amor, meu amor/e se de noite/na cama/fico pensando/(em como me amas, me amas)/de dia quando me fuçam/só lêem a parte de cima/um tremendo comercial/na superfície da esfera/de sonho e cimento/que faz e tropeça/a maior arrelia/nossa folia, folia...


repousar minha mão/sobre a pele das tuas coxas/uma pluma/a palma de minha mão/que movimenta-se com a brisa/da tua respiração/e vai subindo/na medida em que arqueias o corpo/e tiquetaqueia/teu coração/até que chegue/no alto/no meio/bem no meio/das tuas pernas/e para tua tortura/pare ali/imóvel/até que peças/que peças muito/que te beije...


tua boca/que sempre me foi amiga/de repente virou de banda/e soprou prá alhures/os gravetos, conchas, ciscos/que compõem parte/de minha vida/e então/essa tua boca/sempre tão minha amiga/virou-se em greta/em precipício escuro/sem eco e surdo/uma boca bocuda/que nada mais é/que um acidente vascular/cerebral...


[22ago06]

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