ah, façam-me o obséquio
não me recordem mais
dos livros de Geografia
nem do Gaspar de Freitas
deixem-me aqui quieto e zozegado
neste presente do futuro
vestindo minhas chinelas tão amáveis
e lendo o JB de cabo a rabo.
não quero mais saber
de caminhadas matinais
historietas infernais
rostinhos angelicais
bundas sesquipedais
fabinhas invernais
meliss@s nos varais
jazz e tudo o mais...
deixem-me apreciar
a memória e a imaginação
dos anos idos e dos vindos
provar dos vinhos doces
da eucaristia
orar todas as noites
e persignar-me com freqüência
cumprimentar vizinhos e vizinhas
(até os mais sovinas
até as mais feinhas)
e roncar o ronco dos avós
suave e caminhando para o silêncio
dêem-me apenas essa grata aventura
da poltrona do papai
do cachimbo meio aceso
das meninas do Faustão
e da sonolência das 5.
é que já não presto
meus queridos
para os demônios conhecidos
para a afobação das novidades
para as taquicardias dos intróitos
para aquela febre galopante
para as maquinações rocambolescas
para as rainhas ou princesas
dos desejos do atacado
ou dos amores do varejo.
quero fazer jus
irmãozinhos, irmãzinhas
a meu torrão definitivo
a uma lápide bem limpinha
que me exalte as qualidades:
um pau médio e delicado
um certo humor profano
e essas mãos aqui
vizinhas e macias.
não me recordem mais
dos livros de Geografia
nem do Gaspar de Freitas
deixem-me aqui quieto e zozegado
neste presente do futuro
vestindo minhas chinelas tão amáveis
e lendo o JB de cabo a rabo.
não quero mais saber
de caminhadas matinais
historietas infernais
rostinhos angelicais
bundas sesquipedais
fabinhas invernais
meliss@s nos varais
jazz e tudo o mais...
deixem-me apreciar
a memória e a imaginação
dos anos idos e dos vindos
provar dos vinhos doces
da eucaristia
orar todas as noites
e persignar-me com freqüência
cumprimentar vizinhos e vizinhas
(até os mais sovinas
até as mais feinhas)
e roncar o ronco dos avós
suave e caminhando para o silêncio
dêem-me apenas essa grata aventura
da poltrona do papai
do cachimbo meio aceso
das meninas do Faustão
e da sonolência das 5.
é que já não presto
meus queridos
para os demônios conhecidos
para a afobação das novidades
para as taquicardias dos intróitos
para aquela febre galopante
para as maquinações rocambolescas
para as rainhas ou princesas
dos desejos do atacado
ou dos amores do varejo.
quero fazer jus
irmãozinhos, irmãzinhas
a meu torrão definitivo
a uma lápide bem limpinha
que me exalte as qualidades:
um pau médio e delicado
um certo humor profano
e essas mãos aqui
vizinhas e macias.
[dezembro de 2010]
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