Estás vendada e crês que não me conheces. Deixo que penses assim, se te dá prazer. Te aproximas de mim procurando alguma referência: meu cheiro, uma palavra, uma ordem. Nada tens de mim, exceto meus olhos que te olham e que tu não vês.
Te vingas porque me sabes assim: sem te dar, mas também sem te ter. E te viras de costas, sobes as saias e dobras o corpo ao meio para a frente. Observo, então, teus calcanhares, tuas pernas, tuas coxas... e tuas nádegas. A curva de tuas nádegas. Me dás tempo. Mas então te abres e me deixas ver a castanha de tua boceta, a pele fina que a segue para cima e, finalmente, teu cu - o olho ciclope que se fecha como o obturador preciso de uma Schneider Componon.
Acompanho o movimento e a pausa que fazes, após. E sinto o desejo que me sobre à boca, antes de enfiar-te a língua.
30jul10
Nenhum comentário:
Postar um comentário