Perguntando, descobri que tratava-se de devoção a um personagem chamado Gauchito Gil. Uma espécie de Robin Hood que havia vivido na última metade do século XIX, sendo morto pelos "celestes" depois de ter sido apanhado libertando um grupo de "colorados". Após sua morte, Gil passou a fazer milagres, quando invocado.
Na verdade, reza a lenda que o primeiro de seus milagres ocorreu antes mesmo de sua morte, em benefício de um filho enfermo de seu verdugo. Daí por diante, passou a ser considerado protetor não só dos pobres, mas também dos doentes. E hoje multiplicam-se os altares, como este aí acima, que revelam a alma devota e criativa do povo do interior.
Sendo eu um macumbeiro declarado, e antropólogo amador, fiquei imensamente feliz de constatar formas religiosas autóctones na Argentina que lembram as nossas raízes africanas - embora nascidas de vertentes dela independentes. Ao mesmo tempo em que assinalam nossas diferenças, os oratórios do Gauchito Gil me confirmam, uma vez mais, a valia da "cross cultural research" como um instrumento que demonstra a unicidade da nossa humanidade.
Laroyê, Gauchito Gil!
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