Na quase-esquina de minha casa há uma padaria, cujo dono é um português (ou um grupo de portugueses). A padaria tal é um sucesso; vende mais caro que o super-mercado do outro lado da rua mas está sempre cheia. São os hábitos das gentes...
Pois bem... O pão da padaria é de qualidade sofrível (até entendo: razões de tabelamento do pãozinho impedem que a massa seja mais rica) -- com isso a vizinhança já se acostumou há anos.
Mas o padeiro faz bolos, também. Broas, bolinhos, biscoitos. E o que me surpreende é que as obras e artes do padeiro são detestáveis. Os bolinhos são secos e inermes; as brevidades duras e sem-gosto; os doces grosseiros e indigestos. E aí me pergunto: o que leva o padeiro a ser padeiro se não faz do trigo, da água, do açúcar e do sal seu esmero? Que diacho de mundo é esse que nos dá padeiros sem brio (só de olho na padaria)? Que faço eu -- que acredito nos padeiros do Velho Mundo – mudo-me ou me lanço das escadas?
29jan01
Intrigante, né?
ResponderExcluirCom certeza fazemos essa mesma pergunta a tantas dúvidas, hipocresias, contrastes e injustiças nessa vida.
Quantas vezes n fechamos os olhos para o pior por comodismo? ou pelo cansaço de ir em busca do melhor?
O pior da vida é justamente isso: se acomodar...