O medo é uma das principais razões de nosso acanhamento. Ele é um grande inibidor de ações e, portanto, de êxito.
Três fatores concorrem para a persistência do medo: (a) a percepção de um risco de fracasso; (b) experiência anterior de fracasso em situação semelhante; e (c) a crença de que a inação dará o mesmo resultado que a ação.
O medo é reação. Em seu momento inicial de manifestação ele não é elaborado pela via racional. Tudo se passa numa confrontação bastante simples: a situação dada, a pre-disposição existente e a ação inibidora do medo.
O medo é um inibidor do êxito, mas também é um acautelador de fracassos. Assim como a dor, o medo sinaliza a existência de uma situação de perigo e funciona para evitar ações que levem fatalmente ao desastre. Neste sentido, o medo nos preserva, nos protege.
Já vemos que há um medo bom e um medo ruim. Isto quer dizer que simplesmente eliminar o medo ou estimulá-lo – sem distinguir situações e a função do medo como reação a elas – não nos garante o sucesso do bom viver. A chave estaria na utilização inteligente do medo. E o que seria essa utilização inteligente?
Deixando de lado as situações em que o medo se manifesta como reação imediata a um quadro de fracasso iminente (a reação de “saudável” que teríamos, por exemplo, se alguém tentasse nos empurrar para o abismo), vemos que há um número enorme de confrontos diários em que podemos transformar nosso medo em discernimento e, daí, em ação adequada ao sucesso.
É útil imaginar as situações como um conjunto de forças que se antagonizam, se anulam, se sobrepõem, se equilibram, etc. Usando esse modelo, podemos identificar vetores inibidores e estimuladores da ação. O medo seria um vetor inibidor enquanto que a ambição e o prazer seriam vetores estimuladores da ação.
02jun03
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